terça-feira, 26 de outubro de 2010

Sem prova e nenhum indício Dilma está sendo acusada

Já fizeram com Lula e Olívio
A mais perversa vilania
Pois da mesma velhacaria
Já estão lançando mão
Pra ganhar no tapetão
Usando a calúnia, a cilada
A acusação infundada
E o mesmo surrado artifício
Sem prova e nenhum indício
Dilma está sendo acusada.

Repetindo a velha tática
Do acusa e depois comprova
A maldade se renova
Na tal quebra de sigilo fiscal
Pois sem inquérito policial
Já têm sentença formada
E uma mulher condenada
Querem mandar ao suplício
Sem prova e nenhum indício
Dilma está sendo acusada.

Guardadas as proporções
Nesse macabro ritual
Tem algo de medieval
Revogar a presunção de inocência
É o cacoete da prepotência
“Certezas” são fabricadas
Pela mídia divulgadas
E como no Santo Ofício
Sem prova e nenhum indício
Dilma está sendo acusada.

É uma lógica simplista
Pra Aristóteles se contorcer
Fundada no “ouvi dizer”
Na concepção do presidente
Como um ser onipresente
Logo... por qualquer coisa errada
A turma do Lula é culpada
E pelo mesmo supositício
Sem prova e nenhum indício
Dilma está sendo acusada.

Por esta lógica preconceituosa
O PT é responsabilizado
Pela ação de cada filiado
A mídia garimpa com furor
Filiado petista infrator
Nos cartórios já vive acampada
E a cada ficha encontrada
Repete o jargão de ofício
Sem prova e nenhum indício
A Dilma é logo acusada.

Quero exercitar a mesma lógica
Perguntando para os tucanos
Se o papa no Vaticano
Deve ser responsabilizado
Pelos católicos batizados
Quando praticam coisa errada
Fique assim bem demonstrada
A falsidade desse artifício
De sem prova e nenhum indício
A Dilma ser acusada.

Deus não joga mas fiscaliza
Já diz um velho ditado
Pois aqui em nosso Estado[1]
Sob o mando de uma tucana
Tem arapongagem, mão na grana
Mas a mesma mídia açodada
Aqui é lenta e cuidada
Sem alarde e sem estrupícios
Mesmo à luz de muitos indícios
A Yeda[2] é sempre blindada.

Com a arapongagem gaúcha
Os tucanos que eram serenos
Beberam do próprio veneno
E estão com as barbas de molho
Tendo que fechar um olho
A lógica por eles montada
No Rio Grande é descartada
E o Serra segue com o vício
Sem prova e nenhum indício
Repete Dilma é culpada.

Sem trocadilhos impróprios
O Serra está atucanado
Dando tiro pra todo lado
Foi à área Judiciária
Pra cassar a adversária
Com fanfarronice e ardil
Serra..., relaxe e seja gentil
Pois esta Terra de Cabral
Terá uma mulher, afinal
Presidente do Brasil!


(*) Zé Valdir - professor, advogado, militante social, poeta popular e ex-vereador em Porto Alegre.
[1] Estado do Rio Grande do Sul (RS)
[2] Yeda Rorato Crusius – governadora do RS (PSDB).