Um mesmo fato pra certa mídia
Tem grande ou nenhuma amplitude
Dependendo do protagonista
Pode ser crime ou virtude.
Pra esta mídia, um mesmo evento
Segue por caminhos tortos
É sepultado no esquecimento
Ou ressuscitado dos mortos.
Quando o Tarso deixou a prefeitura
Para concorrer a governador
A mídia o acusou raivosa
De falso e de traidor.
O Tarso era hostilizado
No altar público da execração
Com críticas veementes
E até de baixo calão.
Colunistas anti-PT
Não afrouxavam um momento
Criticavam os CCs
O trânsito, o alagamento...
Se São Pedro se excedia
E o trânsito era congestionado
O governo do PT
De imediato era culpado.
Essa mídia no Governo do Olívio
Fez tramóia e ladainha
Pergunto como está a Ford
E onde anda o Vieirinha?!
Eu mesmo respondo a pergunta
Porque a mídia não diz nada
O Vieira anda sumido
E a Ford condenada.
Hoje há mais graves problemas
Na capital e no interior
Mas pr’essa mídia não há mais caos
E tão somente Paz e Amor.
Agora ela pega leve
Não critica nem gesticula
E se os recursos vêm de Brasília
Nem cita o Governo Lula.
Diante da mesma escolha política
Hoje a mídia não se remói
Só falta condecorar o Fogaça
Com a medalha de herói.
Essa mídia hoje em silêncio
Os problemas não explora
Enchentes?... São “águas de março”
Que o “Vento Negro” leva embora.
Para a mídia com amnésia
Vai aqui uma diligência
Aconselho essas pílulas em verso
Pra recobrar a consciência.
Mas enquanto não se cura
Vamos fazer a prevenção
Militando de porta em porta
Informando a população.
Vamos afirmar Tarso e Dilma
Para o Rio Grande e o Brasil
E que quem votar no Paim
Vote também Abigail.
(*) Zé Valdir - professor, advogado, militante social, poeta popular e ex-vereador em Porto Alegre.