terça-feira, 30 de março de 2010

Dilma garante “herança bendita” e acusa Governo FHC de comandar Estado omisso: “Era o Estado do não.”

Ao anunciar ontem as metas e os objetivos da segunda fase do Programa de Aceleração do Crescimento, o PAC 2, que prevê investimentos públicos e privados da ordem de R$ 1,6 trilhão entre 2011 e 2018, a ministra-chefe da Casa Civil, Dilma Rousseff, exaltou o Governo Lula por construir um Estado que “cria as condições para que as coisas sejam feitas e cobra” que sejam feitas, qualificou o PAC como “herança bendita” e dirigiu seu mais duro ataque ao Governo FHC e, assim, ao PSDB.
“O Estado mínimo, do neoliberalismo, que nos antecedeu, é um Estado que ficou conhecido pela dificuldade, por tudo que deixou de cumprir. Era o Estado do não. Não tinha planejamento estratégico, não fortalecia as empresas públicas, não promovia alianças com o setor privado, não protegia nosso setor privado diante das crises, não incrementou o investimento público e não financiou o setor privado. Antes de ser um Estado mínimo, ele foi um estado omisso”, acusou Dilma, diante de uma plateia formada por duas mil pessoas entre as quais ministros, governadores e prefeitos, representantes de trabalhadores, de empresários e de organizações da sociedade civil..
Definido pelo presidente Lula como “uma carteira de projetos que possa ser tocada imediatamente pelo seu sucessor”, o PAC 2 apresentado por Dilma prevê obras e serviços nas áreas de habitação, transporte, energia, saneamento, saúde, educação e segurança.
Há dois dias de deixar o cargo para disputar a Presidência, Dilma disse que o anúncio da segunda etapa do programa é a reafirmação do planejamento estratégico de investimentos para um desenvolvimento com inclusão social, como foi a primeira etapa do PAC.
“Eu acredito que o PAC é uma herança bendita que vamos deixar para quem vier suceder nosso governo. O PAC não é uma sigla nem uma cifra, tampouco lista de obras. O PAC é uma realização humana. Uma parceria entre o Estado e a sociedade para gerar felicidade e bem estar nas pessoas”, enfatizou a ministra.
Na opinião dela, sob o Governo Lula o Brasil atravessou o “deserto da estagnação” e “superou o econimicismo” para priorizar as áreas sociais.
O PAC 2 anunciado pelo governo prevê investimentos para triplicar o número de casas e apartamentos do programa “Minha Casa Minha Vida”, construir 54 novas hidrelétricas e ligar mais 495.000 moradias rurais às redes de energia elétrica; construir unidades de saúde, escolas, praças e redes de esgoto; investir em portos, estradas e ferrovias.
Uma das metas mais ambiciosas do programa é a expansão do trem-bala. Ele atenderá inicialmente as cidades de São Paulo, Campinas e Rio de Janeiro. Na segunda etapa do PAC deve ganhar ramais para Curitiba, Belo Horizonte e Triângulo Mineiro.

Fonte: Brasília Confidencial